sexta-feira, 20 de abril de 2012

Mulheres Aposentadas: contingente cresce na participação Nacional


Taxa de participação das mulheres aposentadas cresce, enquanto a dos homens diminui

Esse crescimento do contingente de aposentados foi acompanhado pelo aumento de sua parcela de ativos na faixa etária de 40 anos e mais, no Estado de São Paulo. Entre 1992 e 2003, o crescimento relativo do número de mulheres aposentadas ativas foi superior ao dos homens nas duas faixas etárias analisadas.
A dimensão de tais movimentos pode ser avaliada pelo porcentual de aposentados ativos com 40 anos e mais no total de aposentados nessa faixa etária, em 2003: 23,2% para o total, 15,3% para as mulheres e de 28,5% para os homens. Ao mesmo tempo, diminuiu a distância dessas razões entre os sexos, refletindo sua evolução diferenciada: em 2003, na faixa etária de 40 a 59 anos, tal indicador atingiu 29,9%, para as mulheres, e 39,9%, para os homens. Entre as pessoas de 60 anos e mais esses porcentuais foram de, respectivamente, 9,7% e 22,2%, em 2003 [15].
Gráfico 4
Taxa de Participação dos Aposentados de 40 Anos e Mais, por Sexo, segundo Faixa Etária (1)
Estado de São Paulo
1992-2003
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 1992 e 2003; Fundação Seade.
(1) Exclusive as pessoas com idade ignorada.

Aposentadas Ocupadas
Aumenta a proporção de mulheres aposentadas ativas que trabalham
Entre 1992 e 2003, os aposentados ativos de 40 anos e mais aumentaram sua participação no total de ocupados no Estado de São Paulo de 9,4% para 11,0%. O crescimento foi significativamente maior entre as mulheres (de 3,9% para 7,1%) que entre os homens (12,2% para 13,7%), embora o patamar destes ainda se mantenha muito superior ao das mulheres.
Quanto à taxa de ocupação [16] dos aposentados nas faixas etárias superiores, verifica-se, de início, que seu patamar é muito elevado nos dois períodos, para ambos os sexos. Isso sugere que o fato de uma pessoa dispor de aposentadoria dá-lhe alguma vantagem na reinserção no mercado de trabalho. A título hipotético, pode-se admitir, por exemplo, que parcela desses indivíduos permanece no mesmo posto de trabalho em que se aposentou, outros conseguem inserir-se em novo posto a partir das relações pessoais e profissionais estabelecidas ao longo de sua vida profissional, outros ainda podem aceitar postos de trabalho precários, tendo em vista já disporem de um rendimento regular.
Pode-se também admitir, diante da virtual inexistência de desemprego nas faixas etárias superiores, em especial entre as mulheres, que as pessoas com tais características, se não conseguem inserir-se no mercado imediatamente após a aposentadoria não permanecem pressionando esse mercado na condição de desempregadas.
No período, houve retração desse indicador para os homens e aumento para as mulheres, cujo patamar atingiu 95%, em 2003, superando o alcançado pelos homens (93%) e revertendo a situação observada em 1992, o que se repete nas duas faixas etárias analisadas. É notável que, em 2003, quase 100% das mulheres aposentadas ativas na faixa etária de 60 anos e mais estavam ocupadas (Gráfico 5).
Gráfico 5
Taxa de Ocupação dos Aposentados de 40 Anos e Mais, por Sexo, segundo Faixa Etária
Estado de São Paulo
1992-2003
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 1992 e 2003; Fundação Seade.

O número de pessoas aposentadas ocupadas na faixa etária de 40 a 59 anos experimentou um crescimento de 115,2% entre 1992 e 2003, quando chegou a 350 mil pessoas, sendo que 100 mil eram mulheres e 250 mil, homens. Na faixa etária de 60 anos e mais esse crescimento foi de 46,7%, atingindo um contingente de 357 mil pessoas, das quais 89 mil eram mulheres e 268 mil homens.
Quanto à inserção ocupacional, em 2003, a maior parte dos aposentados ocupados, homens e mulheres, era empregada e, em menor medida, trabalhador por conta própria, principalmente no setor de serviços.
Em 2003, encontravam-se em desemprego aproximadamente 50 mil aposentados de 40 anos e mais, em sua maioria homens.[17]
Gráfico 6
Variação do Número de Aposentados Ocupados, segundo Faixa Etária
Estado de São Paulo
1992-2003
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 1992 e 2003; Fundação Seade.
Aposentadas Chefes de Família
Em 2003, 361 mil famílias de duas ou mais pessoas eram chefiadas por mulheres aposentadas de 40 anos e mais
O número de famílias chefiadas por aposentados de 40 anos e mais aumentou intensamente (70,2%) entre 1992 e 2003, passando de 1,38 milhão para 2,35 milhões. Esse comportamento foi ainda mais vertiginoso entre as mulheres aposentadas de 40 a 59 anos (162,8%). Já entre os homens na mesma faixa etária o aumento foi de 67,1%. Esse comportamento provavelmente espelha tanto o aumento de famílias chefiadas por mulheres já evidenciado em outros estudos [18] quanto a maior incidência, anteriormente mencionada, das novas aposentadorias por tempo de serviço/contribuição ou especiais. Nestas últimas situam-se profissões onde a presença feminina é mais elevada, [19] e também a tentativa de se antecipar à introdução de mudanças no cálculo da aposentadoria por tempo de serviço e à introdução de pedágio para a transição ao tempo de contribuição.

Tabela 1
Aposentados Chefes de Família, por Sexo, segundo Faixa Etária
Estado de São Paulo
1992-2003
Faixa Etária
1992
2003
Total
Homens
Mulheres
Total
Homens
Mulheres
40 Anos e Mais
1.383.146
1.111.934
271.212
2.354.426
1.767.572
586.854
40 a 59 Anos
423.508
371.662
51.846
757.219
620.961
136.258
60 Anos e Mais
959.638
740.272
219.366
1.597.207
1.146.611
450.596
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 1992 e 2003; Fundação Seade.
Em 2003, entre os aposentados chefes de família, a maioria pertence a famílias compostas por três ou mais pessoas (49,2%) e por duas pessoas (36,0%). No caso das famílias unipessoais, do total de homens na faixa etária de 60 anos e mais, 8,6% encontram-se nessa categoria, em comparação a 44,0% entre as mulheres.
Gráfico 7
Variação do Número de Aposentados Chefes de Família, por Sexo, Segundo Faixa Etária
Estado de São Paulo
1992-2003
O fato de o número de mulheres aposentadas chefes de famílias, de 40 anos e mais, com dois ou mais componentes ainda ser inferior ao dos homens não impede que esse número tenha mais que dobrado entre 1992 e 2003, passando de cerca de 154 mil para mais de 361 mil mulheres. Já entre os homens o crescimento foi de 59,3%. Esses números ilustram bem as mudanças de comportamento familiar e social e o conseqüente aumento da responsabilidade das mulheres na manutenção de suas famílias, inclusive nas faixas etárias de mais de 60 anos, nas quais o incremento de aposentadas que chefiavam famílias de duas ou mais pessoas foi de 116,5% e, entre os homens, de 55,1%.
Gráfico 8
Variação do Número de Aposentados Chefes de Família Composta por Duas ou Mais Pessoas,
por Sexo, Segundo Faixa Etária
Estado de São Paulo
1992-2003
Fonte : IBGE. Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios – PNAD 1992 e 2003; Fundação Seade.


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