sábado, 21 de abril de 2012

workaholic: viciado em trabalho


Workaholic é uma expressão americana que significa uma pessoa viciada em trabalho. É uma variação da palavra alcoholic (alcoólatra

Há empresas que acreditam que ser um workaholic é sinônimo de competência. Engano. Administrar o tempo e equilibrar-se em todas as áreas da vida sim é competência.

Chega um momento em que o indivíduo sente um peso enorme ao estar em casa com a família, os amigos, assistindo a um filme ou conversando com os filhos. Para ele, tudo que não for ligado ao trabalho é perda de tempo. Em conseqüência, perde a família, os amigos e até mesmo o próprio emprego quando chega a um nível altíssimo de estresse.

Mas uma das mais severas conseqüências é o medo de fracassar. Este medo condiciona e impulsiona o viciado a tentar cada vez mais forte e mais concentrado na busca por resultados. A palavra fracasso causa arrepios, traumas e sofrimentos incalculáveis.

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Dez caminhos criativos para evitar se tornar um workaholic

Por Tammy Strobel (adaptado)


Nossa cultura celebra que as pessoas trabalhem demais. Nós ouvimos histórias de pessoas que "viraram" a noite no escritório, ou sobre indivíduos que nunca tiraram férias. Trabalhar demais não significa que se ganhará uma estrelinha dourada ou um aumento.

Trabalhar demais costuma reduzir a produtividade, drenar a criatividade, e afetar negativamente os relacionamentos com amigos e família. Não me entenda mal, perseguir sua paixão é um presente maravilhoso e não há nada de errado em trabalhar duro nos projetos que você ama. Entretanto, é essencial ter intervalos. Não importa se você trabalha em casa ou em um escritório é essencial para nutrir o espírito criativo.
 

Abaixo há alguns meios criativos de evitar se tornar um workaholic.
 

1. Defina limites claros. 

Tenha certeza que suas horas de trabalho são consistentes. Por exemplo, se você trabalha das 8h às 17h assegure-se de deixar o escritório às 17h. Não se atrase.
 

2. Durma o suficiente.
 
"Se você encontrar alguém que está agindo como um tolo, há uma boa chance de que a pessoa está sofrendo de privação de sono." ~ Jason Fried e David Heinemeier Hansson, Rework

Ficar acordado até tarde trabalhando em um projeto e levantar da cama às 5 da manhã para ir ao escritório não é uma boa estratégia. Falta de criatividade, moral diminuída e irritabilidade são alguns dos sintomas de pessoas que não dormem o suficiente. Trabalhe melhor, não mais.

3. Desconecte-se da internet. 

Boa parte das atividades não requerem conexão de internet todo o tempo. É incrível o que pode acontecer quando você se afasta por alguns minutos da tela do computador ou do smartphone ou de um dispositivo móvel qualquer. As idéias mais matadoras vêm quando você está tomando um banho, caminhando, cozinhando, em geral, 'não trabalhando'.
 

Todo mundo é criativo e as idéias vêm até você em momentos estranhos. Não é porque você teve nenhuma idéia que você deve sair fazendo naquele momento. Anote a idéia para não esquecê-la e aproveite o tempo livre.
 

4. Passe um tempo com a natureza.
 

Passar um tempo com a natureza é um ótimo redutor de stress, nos desconecta das preocupações diárias e das mensagens incessantes que chegam do trabalho. Defina um tempo do seu dia para passar ao ar livre. Por exemplo, reserve 30minutos do seu dia para uma caminhada e se concentre na paisagem. Não há pressa. Leve o tempo necessário, tente entender os sentimentos e observe a beleza natural ao redor.
 

5. Arrume tempo para os amigos, para a família para seu companheiro (a). 

Se você está trabalhando demais, provavelmente está sacrificando o tempo que passa com seus amigos, família e com seu companheiro (a). Fazer um trabalho que você adore é extremamente importante, mas também o são as pessoas que amam você. Leve em consideração como você utiliza seu tempo e o que é mais importante na sua vida. Quando você está com sua família, amigos e com a pessoa que você ama, realmente esteja lá. Faça um esforço para estar presente. Por exemplo, se você está tendo uma conversa com um amigo, ouça o que ele realmente está dizendo. Se envolva e pergunte sobre o assunto.
 

6. Coma comida de verdade.
 

Um efeito colateral de trabalhar de mais é comer muito fora de casa e menos comida caseira. Comida real inclui: frutas, vegetais e muitos grãos. Antes de ir trabalhar, separe um tempo para se preparar um café da manhã, ou chegue mais cedo e se prepare um jantar saudável. 

Mais o mais importante é não comer enquanto você estiver trabalhando. Aprecie a comida e saboreie cada mordida. Estudos demonstram que se você comer muito rapidamente você come demais e acaba ganhando peso.
 

7. Encontre um hobby. 

Cultive um hobby; de preferência algo que não esteja relacionado ao seu trabalho diário. Inicie um brainstorming de seus interesses. Por exemplo, você pode começar a correr, caminhar, escrever, ler livros, tocar um instrumento musical. Um hobby deve ser uma coisa que te traz alegria; algo que você pode se soltar e se encontrar.
 

8. Constantemente se questione sobre seus objetivos e seu propósito de vida. 

É importante continuamente avaliar seus objetivos, seu propósito de vida e seus comportamentos.
 

Por exemplo, se você constantemente fica até tarde no escritório, sacrifica seus relacionamentos por causa do trabalho, checa obsessivamente seus e-mails, pergunte a você:
 

·   Por que estou fazendo isso?
·   Qual é o objetivo final?
·   Os meus comportamentos são saudáveis?

9. Continue cultivando hábitos saudáveis. 

Desenvolver hábitos saudáveis não é uma coisa que acontece do dia pra noite. Trabalhando em pequenas mudanças no comportamento todos os dias, você pode fazer grandes mudanças em longo prazo. Por exemplo, ao invés de checar seu e-mail a cada 5 minutos, comece à checá-lo 3 vezes ao dia.
 

Também, considere incorporar pequenas mudanças na sua rotina diária, como fazer 30 minutos de exercícios todos os dias, preparar uma refeição saudável e estar presente quando você passar tempo com seus amigos e família.
 

10. Busque um equilíbrio entre a vida profissional e familiar.
 

Se você acha que você é um workaholic, busque ajuda com outras pessoas. Conecte-se com amigos, família, e considere a terapia como uma opção. Se você acredita que está impactando negativamente sua vida, faça alguma coisa a respeito do problema. Nós somente temos uma vida. Portanto viva-a bem e cuide de você mesmo.





O Mercado de Trabalho após os 50 anos


Quase 17,5 milhões de trabalhadores brasileiros têm mais de 50 anos, e uma parte desse contingente procura recolocação quando se aposenta ou enfrenta o desemprego.

A vida profissional é feita de ciclos, que podem se renovar por muitos anos ao longo da maturidade. Isso só depende de planejamento. 

“Se a pessoa vai se manter na mesma área em que estava trabalhando, ela provavelmente vai ter que fazer um curso de reciclagem, para ver se não tem alguma nova tecnologia na área e assim por diante”, orienta o especialista em carreira Silvio Celestino. “Agora, se a pessoa quer mudar totalmente de área, ela realmente vai ter que fazer um curso para aprender aquilo com o que ela vai trabalhar”. 

É muito importante saber se quer voltar ao mercado de trabalho como funcionário ou se pretende abrir um negócio. Ser empregado é muito diferente de ser patrão. “Um empregado tem uma cabeça de recebimentos a cada 30 dias. Um empreendedor, às vezes, pode passar anos sem recebendo muito pouco”, explica Celestino. 
Hoje, um aposentado de Fortaleza está ganhando dinheiro ajudando outros aposentados. Seu Maurício dos Santos se destacou na carreira militar como dentista do Exército e, durante muitos anos, foi administrador de hospitais militares em Vitória e Fortaleza. Hoje na reserva, ele aproveitou a experiência como gestor para abrir uma empresa de prestação de serviços, principalmente para quem já passou dos 60 anos. 

Hoje, Mauricio conta com seis funcionários fixos e 25 colaboradores terceirizados. “Eu aconselho as pessoas a não parar de trabalhar, com isso você vai ter uma vida mais longa”, acredita o empresário. “Não existe idade avançada. É só querer trabalhar, que há condições de levar a vida melhor”. 

Os desafios para quem tem mais de 50 anos e já ficou alguns anos parado são maiores, mas isso não é motivo para desânimo. 

Quem procura emprego nessa faixa etária deve valorizar o que tem de melhor: a maturidade e a experiência. “O que se espera de uma pessoa com mais idade é o seu domínio emocional: você conseguir se manter calmo em situações onde pessoas mais novas talvez perdessem um pouco o domínio das emoções”, exemplifica o consultor 

Se você se sente melhor como empregado, as funções de atendimento ao público trazem muitas oportunidades. Supermercados, livrarias e companhias aéreas são alguns dos setores que contratam funcionários de mais idade. 

Encontramos um exemplo em Porto Alegre que confirma essa tendência. Numa loja de móveis, ter mais de 50 anos é garantia de valorização profissional: dos 47 funcionários, 12 estão nesta faixa etária. Essa é uma estratégia da empresa para cativar os clientes na hora de fechar negócio. 

Depois de dois anos desempregado, no início do ano passado o economista Neuri Salton conseguiu voltar ao mercado de trabalho – e na área em que sempre autou, o comércio. Aos 55 anos, ele é o gerente operacional da loja em Porto Alegre. “Se a gente perde um emprego depois de uma certa idade, como eu perdi, as coisas se tornam bem mais difíceis. Eu tive que reestruturar toda a minha vida, começar tudo de novo”, conta. “Quando a gente vê uma oportunidade, agarra com unhas e dentes e procura dar o melhor, fazer da forma mais positiva possível”. 

Dependendo da área de trabalho, a experiência também pode significar um conhecimento técnico maior. 

Alfredo Ferreira Marques trabalha há 40 anos como analista de sistemas e domina o Cobol, uma linguagem de programação famosa nas décadas de 60 e 70 e que ainda hoje é utilizada na área financeira. “O mercado mudou muito. Hoje em dia, a turma acredita um pouco mais na experiência, acredita que a mesclagem do idoso com o jovem é uma coisa mais produtiva para a empresa”, acredita Alfredo. 

O especialista Silvio Celestino concorda que a carreira profissional não acaba então com a aposentadoria. “Uma carreira profissional só acaba quando a sua vida acaba. Você pode viver 200 anos, sempre vai ter alguma coisa para fazer, aprender, se interessar e assim por diante”, diz. 

É como diz o seu Alfredo Marques, do alto dos seus 68 anos. “Minha dica para o pessoal é que eles não desanimem, estudem e progridam na vida. A primeira coisa é o seguinte: seja feliz agora, com o que você tem hoje. Não deixe para ser feliz amanhã”.



Dono da "Playboy" de 84 anos quase se casa com jovem de 24

Hugh Hefner, de 84 anos, em 27 de dezembro de 2010 pediu a modelo Crystal Harris, de 24, em casamento. O terceiro noivado do patrão da "Playboy" foi anunciado via Twitter
Aos 84 anos, o dono da revista "Playboy " volta a surpreender com a sua vida amorosa: Através do Twitter , Hugh Hefner anunciava: estou noivo da namorada de 24 anos, a modelo Crystal Harris .
A modelo foi a coelhinha da edição de dezembro de 2009 da revista para adultos. Os sessenta anos de diferença de idades não parecem afetar a felicidade do casal: "Quando dei o anel à Crystal, ela desfez-se em lágrimas. Este é um fim de semana natalício memorável", revelou Hefner no Twitter.
Esse seria o terceiro casamento de Hugh Hefner, que por diversas ocasiões admitiu ter de recorrer ao "pequeno ajudante divino", de seu nome Viagra, algumas vezes por mês. Crystal Harry, que é natural de San Diego, na Califórnia, recebeu o anel de noivado na noite de Natal durante a troca de presentes.
               
                           O casal: Hugh Hefner (84) e Crystal Harris (24)

Diferença de idade.
Uma diferença de 60 anos entre um casal é muita coisa? Depende do "espírito jovem" do lado mais velho. Olhem bem pra cara de safado e contente do senhor ao lado.
Na verdade a diferença entre a idade no casal acima que realmente importa nesse caso é a monetária.
Mas deixa o homem, chê, é uma troca de favores como tantos outros casamentos.
Complicado seria quando ela fizesse 40 e ele tivesse 100. As mulheres de 40 hoje em dia são muito jovens ainda, e ele com 100 provavelmente iria começar a demonstrar alguns sinais de envelhecimento. 



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DESISTÊNCIA DA MODELO 5 DIAS ANTES DA CERIMÔNIA DE CASAMENTO

A modelo Crystal Harris, 24, desistiu de se casar com o fundador da “Playboy” Hugh Hefner cinco dias antes da data marcada para a cerimônia. Este seria o terceiro casamento de Hefner, que tem 84 anos. Crystal deixou a mansão da “Playboy”, conhecida por sediar festas de arromba, frequentada por modelos e artistas de Hollywood, onde aconteceria a cerimônia.
Segundo o site TMZ, o casal teve uma discussão no último sábado e cancelou o casamento. Hefner pediu Crystal, ex-coelhinha da “Playboy”, em casamento na último Natal. Logo depois, ele anunciou a novidade em seu perfil no Twitter.
Há alguns meses, Hefner disse que não se preocupa com a diferença de idade e que ainda se sente muito jovem. “Passo a maior parte do meu tempo com pessoas mais jovens, e acho que um relacionamento com uma mulher mais jovem mantém você mais jovem ainda”, disse.

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                                                                    Ria, se puder...
Hugh Hefner, regressando da viagem de lua-de-mel encontra um amigo que lhe pergunta: 
  - Então, como foi a lua-de-mel? 
  - Ótima! - responde Hugh. 
O amigo insiste: 
  - E as relações sexuais, como foram? 
  - Ah, fizemos quase todos os dias! 
  Como assim, quase todos os dias? 
  - É isso mesmo: quase na segunda, quase na terça, quase na quarta...

Dúvidas Frequentes sobre Aposentadoria

DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE APOSENTADORIA


Período de graça


                           Período de graça beneficia segurado que pára de contribuir


Os segurados da Previdência Social devem estar em dia com o recolhimento das contribuições previdenciárias, caso contrário, podem perder o direito a receber benefícios. No entanto, a legislação prevê situações nas quais os trabalhadores podem deixar de contribuir para a Previdência por um período, chamado "período de graça" e, mesmo assim, manter a sua qualidade de segurado.
Os "períodos de graça" estão descritos no art. 15 da Lei 8113/91 : "Sem limite de prazo, para o segurado em gozo de benefício; até 12 meses após cessar a segregação do segurado acometido de doença de segregação compulsória; até 12 meses após o livramento do segurado retido ou recluso; até três meses após o licenciamento do segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar e, por fim, até seis meses após cessação das contribuições dos segurados facultativos.
Além disso, o "período de graça" é prorrogado até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. Se o segurado desempregado inscrever-se nessa situação, nos órgãos de cadastro de emprego, ele pode ter acrescido a esse período mais 12 (doze) meses, mantendo todos seus direitos perante a Previdência Social.
Veja como funciona o Período de Graça na prática:
1) Quando estiver em gozo de benefício (por exemplo, recebendo auxílio-doença), não há limite de prazo, mantendo a qualidade de segurado.
2) Quando cessar o benefício por incapacidade (ou seja, parar de receber o auxílio-doença) o segurado continua coberto por até 12 meses.
3) Se for segurado facultativo (ou seja, aquele que não exerce atividade remunerada como a dona de casa), estará coberto por até 6 meses após a cessação das contribuições.
4) Os demais segurados (autônomo, empregado, doméstico, etc), quando param de recolher contribuições mantêm a qualidade por até 12 meses.
5) Caso a pessoa tenha sido segregada (ex.: internada compulsoriamente por hanseníase), o período de cobertura vai até 12 meses após sair da segregação.
6) O ex-preso fica coberto por até 12 meses após o livramento.
7) Na hipótese de prestação de serviço para as Forças Armadas, 3 meses.


APOSENTADORIA: ELA CHEGOU E AGORA?



Em 24 de junho deste ano, Elza de Oliveira completou 70 anos. Apesar de ativa e cheia de saúde, a professora paulistana não teve muito o que comemorar. A data marcou também o seu último dia na sala de aula, já que foi aposentada compulsoriamente por causa da idade. Elza acredita que longe dos alunos - alguns deles sua companhia até nos finais de semana - a vida vai perder muito de sua graça e até se tornar vazia. "Dar aula é minha grande paixão." A dedicação da professora ao magistério é tanta que ela chegou a escrever para a secretária de Educação do município pedindo para continuar lecionando, ainda que de graça. Nada feito. Mesmo assim, ela não pretende se afastar das crianças, que, carinhosas, não paravam de pedir que ela ficasse. "Vou continuar indo à escola todos os dias como voluntária."
O drama de Elza pode parecer exagero, mas esconde um dilema comum. Muitos educadores passam os últimos anos de trabalho contando as horas para se aposentar, mas, quando o tão sonhado dia chega, ficam sem saber que rumo tomar. Quem não planeja como preencher o tempo com novas atividades corre o risco de se acomodar dentro de casa, com a impressão de que não tem mais nada para fazer na vida.

Falta dos colegas

Mas ficar de pernas para o ar não é tudo o que se deseja depois de décadas correndo de uma escola para outra, corrigindo provas e trabalhos nos finais de semana e preparando aulas à noite? O problema é quando o ritmo de férias perde o encanto e bate a saudade da antiga agitação - aquela mesma que muitas vezes foi motivo de queixas. "Sozinhos em casa os professores sentem falta da convivência com os alunos e da conversa com os colegas na hora do intervalo. Aí, entram em desespero", relata Abigail do Amaral Maduro, do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
Abigail conhece bem o problema porque coordena no sindicato um setor especializado no assunto. A entidade oferece aos educadores que já deixaram a ativa cursos e oficinas em diversas áreas, como inglês e francês, dança de salão, coral, pintura e ioga. Quem ainda está trabalhando recebe orientação sobre como se preparar para deixar a escola e aproveitar bem a nova etapa da vida.

Tempo de despertar

"Tive amigos que esperaram ansiosamente a aposentadoria e, quando ela chegou, gastaram todo o tempo livre na frente da TV", conta Mario Omura, professor de Matemática, de São Paulo. Não são raros os casos de docentes que passaram 30 anos na função e vivem outros tantos na aposentadoria. Ao se levar em conta a crescente expectativa de vida do brasileiro, o problema fica mais evidente. É um tempo longo demais para só ver TV ou cuidar dos netos - se isso não for um prazer, mas uma obrigação passada pelos filhos aos que "não fazem mais nada".
Quando chegou a sua vez de se aposentar, Omura se lembrou de tudo o que sempre falava que tinha vontade de fazer, mas não tinha tempo. "Para não me sentir perdido, preparei a mente e planejei minhas futuras atividades." Aposentado desde 1991, ele admite que nos primeiros meses foi difícil se ver longe da rotina de lecionar nos três períodos (de manhã e à tarde no Ensino Médio da rede pública e à noite em uma faculdade particular). Do que mais ele sentia falta era dos debates com os alunos. Colocando em prática antigos sonhos e projetos, ele conseguiu ocupar esse espaço. Hoje Omura se dedica à fotografia, faz parte de um coral, pratica dança de salão e é voluntário em uma organização não governamental que cuida de crianças abandonadas. "Estou mais ativo do que nunca. Equilibrei lazer, vida social e atenção à família."
A ONG que ele ajudou a criar, a Amigos de Dom Bosco, leva o nome da figura que sempre o inspirou durante o magistério. O santo, fundador da ordem dos salesianos, é conhecido na Igreja Católica pelo trabalho educacional que realizou na Itália no século 19 - e que se espalhou pela Europa e América do Sul. "Ele fez voto permanente de educador e essa luz continua me guiando no trabalho." Incansável, o professor Omura ainda leciona para uma turma de Ensino Superior três vezes por semana. "Assim, mantenho a atividade mental."
A preocupação de Omura faz sentido. Para Antonio Rodrigues da Silva, vice-presidente do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região, preservar alguma atividade intelectual faz bem para quem está se aposentando. "Esse é o momento de estudar e voltar a ler." O Sinpro-Rio oferece uma série de cursos para o aposentado em áreas como informática, idiomas e história da arte. As aulas são gratuitas para associados.
As universidades também mantêm projetos voltados para a terceira idade. Procurar uma atividade alternativa é importante mesmo se você for parecido com a professora Elza, que não quer largar a escola de jeito nenhum. Até ela já planejou a matrícula em cursos de inglês e de espanhol. "Dar aula é a melhor coisa da vida, mas eu também gosto de aprender."