sábado, 29 de junho de 2013

Governo suspende concessão de aposentadoria especial de servidores

Enquanto orientação mais rígida é reformulada, concessão está suspensa.
Aposentadoria especial é dada a quem trabalhou em condições insalubres.


Do G1, em São Paulo

O governo suspendeu a concessão de aposentadorias pelo regime especial dos servidores federais, dada aos que em algum período trabalharam fora do serviço público em condições prejudiciais à saúde, enquanto revisa duas normas que determinam as regras de contabilização do tempo fora do seviço público. A previsão é que as concessões sejam retomadas em cerca de duas semanas.
A informação consta de um ofício do ministério do Planejamento, de segunda-feira (24), destinado aos outros órgãos da administração federal. O texto informa que o objetivo da revisão é "traçar procedimentos mais rigorosos e precisos no que se refere aos processos de conessão de aposentadoria especial".
A lei que fundamenta esse tipo de aposentadoria diz que o benefício é direito do "segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos".
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, a aposentadoria especial é utilizada principalmente por médicos, mas também por mineiros, e as normas estão sendo revistas porque os órgãos estão sobrecarregados.
Para obter esse tipo de aposentadoria, o segurado tem de comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou prejudiciais à saúde ou à integridade física. Com isso, o tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado ao tempo de trabalho exercido em atividade comum.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Vantagem Econômica do Regime de Previdência Social

Veja no Informe de Previdência Social de Maio/2013

INSS reconhece direito previdenciário de indígenas da etnia Yanomami em Roraima

Indígenas da etnia Yanonomami recebem orientações sobre os benefícios previdenciários em Roraima. Foto João Santos
O Programa de Educação Previdenciária (PEP) da Gerência-Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Boa Vista (RR) realizou, no período de 12 a 19 de junho, ação itinerante na Reserva Indígena Yanomami, região do Surucucus. A localidade é de difícil acesso, sendo possível chegar ao local apenas em aeronaves de pequeno porte.
““Foi difícil chegar lá, mas fomos bem-recebidos com danças de agradecimento, típicas da comunidade indígena””, disse João da Silva Santos, coordenador do PEP em Roraima. Ele e a servidora Laodicéia de Melo Santos, lotada no Serviço de Benefício, realizaram 185 atendimentos, sendo oito salários-maternidade e três habilitações em aposentadorias. O tuxaua (representante) da comunidade acompanhou de perto os serviços prestados pelo Programa de Educação Previdenciária.
Foram realizados 185 atendimentos, sendo oito salários-maternidade e três habilitações para aposentadorias. Foto João Santos
O coordenador do PEP explicou que o número de atendimentos foi considerado baixo, se comparado com o padrão do PEP em outras comunidades. Isso ocorreu devido à falta de documentação dos indígenas.  João Santos acredita que quantitativo de atendimentos tende a crescer com o retorno do PEP à localidade, pois os indígenas já estarão de posse de seus documentos básicos, como resultado dos trabalhos das equipes da Secretaria de Segurança Estado e da Receita Federal, que acompanharam o INSS nessa ação junto aos indígenas.
A equipe realizou também orientação sobre os direitos e deveres previdenciários, inscrição e agendamento pela Central 135 e por meio do site da Previdência Social (www.previdencia.gov.br).
A equipe ficou instalada em barracões de palha, onde realizavam os atendimentos e dormiam à noite. “”Foi boa essa experiência para nós do INSS. Pudemos conhecer as reais necessidades dos Yanomamis””, disse o João Santos.
Em 2013, essa é a quinta ação do PEP em comunidades indígenas em Roraima. (Seção de Comunicação Social –- Gex Boa Vista/RR).

Fonte: Blog Previdência Social

Paraguai: trabalhadores saem às ruas por benefícios para aposentadoria

Manifestações semelhantes também estão marcadas para o dia inteiro em mais cidades paraguaias

Professores, trabalhadores rurais e representantes de várias categorias saíram às ruas hoje (25) em Assunção, no Paraguai, para protestar em frente ao Parlamento.

Manifestações semelhantes também estão marcadas para todo o dia em mais cidades paraguaias. Os professores mantêm greve nas escolas públicas. A ideia é pressionar os parlamentares para que aprovem medidas que evitem prejuízos aos aposentados e pensionistas.

Os professores do setor privado querem ser incluídos como beneficiários de um sistema de aposentadoria destinado apenas à categoria vinculada ao setor público. As reivindicações contam com o apoio dos trabalhadores rurais.

Os manifestantes marcaram para hoje o protesto porque os deputados se reúnem à tarde para uma sessão, em que discutirão autorização para aposentadoria de parlamentares após dez anos de atividades, enquanto a média nacional é 30 anos.

Fonte: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/29627/paraguai+trabalhadores+saem+as+ruas+por+beneficios+para+aposentadoria.shtml

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Poupança garante estabilidade na hora da aposentadoria

Pensando no futuro
Cresce o número de brasileiros que pensam mais cedo em formar patrimônio para garantir uma velhice financeiramente tranquila.
Para o educador financeiro Mauro Calil, da Academia do Dinheiro, bens como imóveis --que podem ser colocados para alugar e geram renda-- devem ser foco dos investimentos ao longo da vida.
Já o patrimônio "passivo" --que dá despesa--, como os carros, deve ser visto com cautela. Calil diz ainda que o tempo é o maior aliado. "Quanto mais tempo houver para poupar, maior será a facilidade em formar patrimônio", afirma.

Fonte: Agora.uol.com.br

Teto da aposentadoria chegará a três mínimos

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC

A situação de quem depende do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para se aposentar está ficando cada vez mais complicada. O teto da aposentadoria, que hoje é de R$ 4.159, o equivalente a 6,1 salários-mínimos, deverá chegar a três (nos valores atuais, R$ 2.034) em 2038. 

A projeção, realizada pelo consultor em previdência privada e pública Renato Follador reflete o que vem ocorrendo nos últimos 40 anos. Em 1970, a quantia máxima remunerada pelo INSS era de 20 salários-mínimos. Se esse teto continuasse, hoje o maior valor de aposentadoria seria de R$ 13.560. Em 1980, o teto entrou em processo de queda livre, e recuou para 15 mínimos (R$ 10.170 nos valores atuais). Na década seguinte, baixou para dez mínimos (R$ 6.780) e, em 2000, para 7,5 (R$ 5.085). “O achatamento da aposentadoria nos útlimos 12 anos chegou a 2,28% ao ano. Se considerarmos os últimos 30 anos, as perdas alcançam 60%.”

Isso acontece também pelo fato de o governo corrigir de modo diferente o piso (salário-mínimo) e aposentadorias acima dele. O menor valor é reajustado pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais o PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos atrás. Quantias maiores ganham somente a reposição da inflação, sem ganho real. Para se ter ideia da diferença, no ano passado o piso foi corrigido em 9% e, acima dele, em 6,2%.

Follador explica que grande parte do problema também está no fato de o INSS ser financiado por quem está no mercado de trabalho formal. “Não existe a formação de reservas. Na década de 1970, muita gente contribuía e poucos usavam. Hoje, é o contrário.” 

A especialista em seguro de vida e previdência privada Maísa Serra, da corretora Vida Livre Seguros, complementa que a expectativa de vida naquela época era baixa, em torno de 60 anos, e a cada dez pessoas que contribuíam, somente uma recebia. “Hoje, a expectativa de vida é de 73 anos, sendo que é comum viver até os 90 anos. E essa relação se inverteu. É insuficiente a quantidade de contribuintes da Previdência para bancar as aposentadorias atuais. Ainda mais que os casais têm no máximo dois filhos e muitos deles encontram oportunidade de trabalho no mercado informal. Ajudamos um velhinho a sobreviver, mas quem vai nos ajudar?”

De fato, a taxa de natalidade diminuiu bruscamente. Na década de 1960, conforme Follador, a média era de 6,2 filhos por mulher e, atualmente, é de 1,7. E, enquanto a receita recua, a demanda pelo benefício cresce. “Há 40 anos os idosos representavam 5% da população apenas, enquanto hoje somam 12% e, em 30 anos, serão 20%”, cita o consultor.

Na avaliação do diretor da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Luís Antônio Ferreira Rodrigues, “é uma balela dizer que dependemos de quem está na ativa”. “O governo está fazendo terrorismo ao aplicar inflação diferente da realidade e não dar ganho real. E isso só desincentiva o empresário a registrar seus funcionários e os profissionais liberais a contribuírem com o INSS.”

Faltam R$ 50 bilhões para fechar a conta da Previdência Social, rombo, em grande parte, provocado pelas aposentadorias rurais, que beneficiam quem nunca contribuiu. “Desde 1996 o deficit só cresce (tanto que em 1999 passou a vigorar reforma que instituiu o fator previdenciário, que diminui em até 30% os valores de contribuição). Diante do cenário de armadilha demográfica, o que você vai fazer se no fim da carreira profissional estiver ganhando mais do que R$ 2.034?”, questiona. “Terá de reduzir o padrão de vida, complementar com previdência privada ou trabalhar até morrer e considerar a aposentadoria apenas como complemento da renda.” 

FONTE: http://www.dgabc.com.br/Noticia/463840/teto-da-aposentadoria-chegara-a-tres-salarios-minimos-ate-2038?referencia=simples-chapeu-editoria

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Aposentadoria por tempo determinado ou indeterminado

Um ouvinte de 60 anos está se aposentando numa previdência privada.

Pergunta se escolhe aposentadoria por tempo determinado ou indeterminado. Este último significa enquanto viver e o valor mensal dessa renda vitalícia é menor . 
Tentado a optar por receber por tempo determinado, me pergunta, que tempo deve escolher: 20, 25 ou 30 anos?
Olha, eu poderia responder que, segundo o IBGE, na média, ele teria pela frente uns 22 anos até falecer. Ocorre que não é o IBGE que decide quando ele vai nos deixar. Assim, pode acontecer de ele viver 22 anos mais um mês e a pergunta é: a partir daí, vai viver do quê? Acho que ficou claro que é um jogo muito perigoso.
Devemos considerar ainda que a nossa longevidade aumenta constantemente, e esses  22  anos a mais previstos pelo IBGE hoje, daqui a uma década podem ser 23 ou mais.
Por isso, é mais seguro receber menos mensalmente, mas receber sempre. Deixe o risco de você viver mais com o banco. Aliás, essa é a razão do valor mensal menor.
Dados importantes: no Brasil existem 30 mil centenários e num recadastramento do INSS apareceram 159 aposentados e pensionistas com mais de 110 anos.
Por Renato Follador

quarta-feira, 19 de junho de 2013

TNU reafirma entendimento sobre revisão de auxílio-doença precedido de aposentadoria por invalidez

A não observância do reajuste integral do auxílio-doença repercute na Renda Mensal Inicial (RMI) da aposentadoria por invalidez e gera defasagem passível de correção mediante a aplicação da Súmula 260 do Tribunal Federal de Recursos (TFR) no primeiro reajuste do benefício. Esse foi o entendimento reafirmado pela Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU) na sessão do último dia 12 de junho. 

O colegiado analisou o caso de uma segurada da Bahia, a quem foi negado o pedido de revisão do benefício de auxílio-doença que precedeu sua aposentadoria por invalidez sob a justificativa de que havia prescrito o tempo para reivindicar o direito ao reajuste. A autora recorreu à Turma Nacional alegando que a decisão de primeiro grau e o acórdão da Turma Recursal da Bahia contrariavam a jurisprudência da própria TNU. Para a relatora do processo, juíza federal Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo, a segurada tem razão, uma vez que o ajuizamento da ação se deu antes de completados dez anos da edição da Medida Provisória 1523-9/97.  

“A questão já está pacificada nesta TNU, no mesmo sentido do acórdão invocado como paradigma. Tal entendimento fora recentemente reafirmado no Pedilef 0046631-84.2007.4.01.3300”, destacou a magistrada. Segundo a decisão citada por ela, nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, a prescrição do reajuste atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação. 

“E no primeiro reajuste do benefício previdenciário, deve-se aplicar o índice integral do aumento verificado, independentemente do mês da concessão, considerado, nos reajustes subsequentes, o salário mínimo então atualizado, devendo incidir o artigo 58 do ADCT da Constituição de 1988 sobre o valor reajustado do benefício na forma da Súmula 260 do TFR”, sublinhou a relatora no julgado da TNU utilizado como paradigma.

Processo 0052776-59.2007.4.01.3300

terça-feira, 18 de junho de 2013

Juiz pode conceder aposentadoria diferente da pedida

Se os requisitos necessários para a concessão de determinado benefício previdenciário estiverem preenchidos, o Judiciário pode disponibilizá-lo ao segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em detrimento do que foi pedido pelo autor da ação. Este foi o entendimento da 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região ao conceder aposentadoria por idade a uma mulher que pretendia se aposentar por invalidez.
No caso, o pedido já havia sido negado pela Justiça Federal de Minas Gerais. O próprio INSS apresentou proposta de aposentadoria por idade, já que a mulher preenchia os requisitos necessários à concessão deste benefício. Diante da sentença que negou aposentadoria por invalidez à autora, ela apresentou recurso ao TRF-1
Ao analisar a apelação, o juiz federal Murilo Fernandes de Almeida, relator, observou que as duas perícias do INSS concluíram que a autora não se encontra incapaz. De acordo com o laudo, a mulher foi diagnosticada com artrose nos joelhos, o que seria normal para sua idade e não a impede de trabalhar se for corretamente tratada.
“Em matéria referente a benefício previdenciário, esta corte tem afirmado que, embora tenha o autor tenha pedido determinado benefício, não configura nulidade (...) se o julgador, verificando o devido preenchimento dos requisitos legais, conceder outro, tendo em vista a relevância da questão social que envolve a matéria”, escreveu o relator.
Dessa forma, o juiz negou o pedido de aposentadoria por invalidez e concordou com o INSS, que apresentou como alternativa a proposta de concessão de aposentadoria por idade. A decisão do relator foi acompanhada pelos demais integrantes da 2ª Turma. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRF-1.
2007.01.99.015713-6
Revista Consultor Jurídico, 17 de junho de 2013

Cotidiano dos idosos é administrar aposentadoria e aumento de despesas

Dos 60 mi de brasileiros com mais de 60 anos, 3,7 milhões voltaram a trabalhar
Da Agência Brasil
O dia a dia dos idosos não costuma fugir da rotina, mostra pesquisaMarcello Casal Jr/2.out.2010/ABr
O cotidiano dos idosos é baseado geralmente na administração dos benefícios da aposentadoria com os gastos e o aumento de despesas. Dos 22,3 milhões de brasileiros, com mais de 60 anos, 3,7 milhões voltaram a trabalhar — em empregos fixos ou temporários. Muitos se queixam das dificuldades, pois ajudam parentes e amigos. Pelo menos 15,8 milhões se dizem chefes de família.
É o caso do marceneiro aposentado Manoel Lopes, de 61 anos. Lopes disse que sua sorte é ter casa própria, do contrário, sua vida seria mais difícil. “Eu gasto pouco e faço minhas economias, como não pago aluguel, dá pra viver. Não gasto com roupa, nada disso. Gasto muito pouco com medicamentos, coisinha de R$ 10 a R$ 15”, ressaltou.
Econômico, Lopes disse que sempre tenta ajudar um parente que esteja precisando de suporte financeiro.
— De vez em quando ainda dá para ajudar um filho ou um neto que precise.
Lopes faz parte do perfil da pesquisa Idosos no Brasil, do Instituto DataPopular. O diretor do instituto, Renato Meirelles, fez o levantamento de dados com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),e entrevistas nas principais cidades das cinco regiões do país, de outubro a dezembro de 2012.
— Para o idoso, trabalhar é um valor a ser respeitado. Mas a maioria volta a trabalhar porque a aposentadoria é insuficiente. Mas todos têm muito orgulho de dizer que, embora aposentados, ainda trabalham. Na prática, o que muitos ganham por ter experiência perdem pela baixa escolaridade, infelizmente.
O funcionário público aposentado Benedito da Rocha, de 73 anos, reclama das dificuldades financeiras e das despesas que têm com a mulher, que é diabética e sofre de doença de Chagas, fazendo uso de uma série de medicamentos.
— Tá tudo muito caro. A inflação subiu e o salário não foi corrigido de acordo com esse aumento. Minha mulher tem diabetes e Chagas [doença]. Ela precisa de uma boa alimentação. Verdura é caro.
Estudo da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) mostra que renda familiar inferior a R$ 291 indica classe baixa. Se a renda familiar fica entre R$ 291 e R$ 1.019 aponta para a classe média.

    Esforço para garantir uma boa aposentadoria

    Mesmo diante da meta de acumular recursos, já há planos que vão perder para a inflação este ano, ou seja, não conseguirão nem garantir o poder de compra
    MARCELO G. RIBEIRO/JC
    Previdência privada não é a única alternativa para acumular de recursos para a aposentadoria
    Previdência privada não é a única alternativa para acumular de recursos para a aposentadoria
    A taxa de juros baixa e a maior expectativa de vida da população vão obrigar o brasileiro a aumentar o empenho para garantir a mesma renda na aposentadoria. Estimativa da professora da Fundação Getulio Vargas e planejadora financeira Myrian Lund mostra que, com a rentabilidade de 5% ao ano - comum quando a taxa básica de juros (Selic) estava em 7,5% ao ano -, uma pessoa que começa a poupar aos 30 anos terá que contribuir mensalmente com R$ 898,49 para conseguir se aposentar aos 65 anos com uma renda de R$ 5 mil. O montante é pouco mais de duas vezes (2,4), ou 143,76%, o valor de R$ 368,59 que precisava ser recolhido todo mês quando a remuneração era de 9% ao ano, em 2011.

    Quanto mais tarde se começa a economizar, maior é o esforço para garantir a aposentadoria. Aos 40 anos, o valor mensal deve ser de R$ 1.700,33 no cenário atual, ante R$ 938,70 no contexto anterior. Quem começa aos 50 anos precisava de R$ 2.707,96 por mês quando a remuneração era de 9%, montante que subiu para R$ 3.760,76 nos dias atuais, com a taxa a 7,5%. “Os juros baixos são bons para a economia, mas péssimos para o poupador. É preciso se adaptar a essa nova realidade”, afirma o educador financeiro e fundador da Academia do Dinheiro, Mauro Calil.

    As taxas de juros perto do menor nível histórico - a despeito do ciclo de alta iniciado em abril - coincidem com uma época na qual os brasileiros vivem cada vez mais. Em 2011, a expectativa de vida era de 74,08 anos, 3,65 anos a mais do que em 2000. Junte-se a isso um cenário, pelo menos de curto prazo, de inflação elevada. “É possível e provável que alguns planos de previdência estejam perdendo para a inflação. Mas isso não é exclusivo da previdência: é uma questão de toda renda fixa tradicional. Para garantir uma remuneração maior, é preciso assumir mais riscos”, reconhece Calil.

    Para tentar contornar essa rentabilidade pequena da renda fixa, Myrian Lund explica que é possível se arriscar mais e optar por planos mistos, com renda fixa e renda variável. Hoje, a legislação permite planos de perfil mais agressivo, com até 49% do saldo em renda variável. Como a previdência é um investimento de longo prazo, ganha-se tempo para diluir os riscos. Quem insistir na renda fixa deve tomar ainda mais cuidado com a taxa de administração.

    É preciso lembrar ainda que a previdência privada não é a única alternativa para a acumulação de recursos para a aposentadoria. O planejador financeiro Marcos Brízido, da Iris Investimentos, diz que é preciso pensar em outras opções e sugere que o melhor caminho é manter uma carteira de investimentos diversificada. “Não vejo a previdência privada como a melhor opção. Além disso, está muito difícil ficar sem trabalhar, então acho que é preciso pensar também em alternativas para continuar com alguma atividade mesmo depois da aposentadoria”, afirma Brízido, autor do livro Dinheiro que dorme a onda leva.

    Se o esforço é cada vez maior para quem começa a acumulação de recursos, a dúvida para quem já está no período de receber o resultado de seu esforço é como fazer o dinheiro render mais. Especialistas discordam sobre as estratégias de saque dos recursos acumulados no plano de previdência privada. Há quem acredite que o melhor é resgatar tudo ou parte dos recursos - ainda que a mordida do Imposto de Renda ocorra de uma só vez -, enquanto outros acreditam que o mais indicado, especialmente para quem não tem disciplina financeira, é optar pela renda vitalícia. “Quem resgata tudo tem que pagar um valor grande de uma só vez ao Imposto de Renda. Além disso, corre o risco de acabar gastando demais e ficar com pouco lá na frente. Para quem não tem disciplina financeira, o melhor é optar pela renda vitalícia”, defende Myrian Lund.

    Para Marcos Brízido, a melhor opção é sacar os recursos e administrá-los por conta própria. “A opção pela renda vitalícia acaba sendo uma aposta da empresa que administra o plano. Se a pessoa morrer antes, parte dos recursos ficam para ela, não para a família do poupador.” Danieli Dagnoni, de 26 anos, começou a contribuir para um plano de previdência privada cedo, aos 21 anos, e já aumentou duas vezes o valor mensal. “Sei que a aposentadoria será muito importante lá na frente e acho importante me preparar para o futuro”, diz Danieli, que trabalha desde os 16 anos e não deixou de pagar a previdência privada nem durante os seis meses durante os quais ficou desempregada. “É um compromisso, nem conto com esse dinheiro no orçamento.”

    Um dos riscos de contribuir com valores pequenos, apontam especialistas, é se surpreender com uma renda baixa no futuro. Simulação feita por Myrian Lund indica que quem começou a contribuir aos 30 anos com R$ 100,00 mensais pode se aposentar aos 65 anos com renda vitalícia de R$ 815,86. “Não é qualquer contribuição que garantirá tranquilidade na aposentadoria”, diz Myrian.

    A planejadora frisa que todos devem se preocupar com detalhes do plano, como a tábua atuarial, que projeta as expectativas de vida. Se a esperança de vida aumenta, a renda mensal diminui, já que a pessoa tende a viver por mais tempo e o plano terá que arcar com esses custos por um período maior. Por isso, as tábuas dos planos mais antigos são mais vantajosas, que as dos novos: a expectativa de vida era menor. As informações sobre as características do plano de previdência ainda devem ser levadas em consideração na hora de decidir se vale a pena levá-lo para outro banco ou seguradora.

    Cada vez mais trabalhadores decidem pelo descanso em vez de seguir na ativa

    O brasileiro vive mais, com mais saúde; envelhecer custa caro; falta mão de obra no mercado; e as últimas mudanças no sistema de Previdência do País foram para reduzir o valor das aposentadorias. Logo, a parcela dos trabalhadores que continuam no batente, mesmo depois de se aposentar, não para de crescer, certo? Errado. Em 2001, 33% dos aposentados trabalhavam, mas a taxa foi caindo e chegou a 25% em 2011, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.

    São mais de 5 milhões de pessoas num universo total de 20,1 milhões de aposentados. Mas a queda, que ocorre em praticamente todas as faixas de renda, vai contra as expectativas, surpreende até especialistas e não tem uma, mas várias explicações. As principais são: melhora do mercado de trabalho e da renda das famílias; ganho real do salário-mínimo; o início cada vez mais tardio da vida profissional e o aumento da idade da aposentadoria; o número maior de mulheres no total de aposentados; e uma gratificação de permanência criada pelo governo federal para o servidor que, mesmo podendo, deixa para pendurar as chuteiras mais tarde.

    “Uma grande parte dos aposentados era responsável pela renda familiar. Se o mercado de trabalho melhora e absorve mais pessoas da família, a tendência é de que os mais velhos fiquem mais em casa”, diz Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese. Ele vê um pequeno movimento de redução entre 2002 e 2009, mas aponta um degrau em 2011, quando a parcela de aposentados trabalhando perdeu cinco pontos percentuais. Além do período de intervalo maior entre as pesquisas (não houve Pnad em 2010), foi justamente quando ocorreu a melhora mais intensa no mercado de trabalho, com maior ganho dos salários e queda mais intensa do desemprego — a taxa nas regiões metropolitanas passou de 8,1% para 6%.

    Outro motivo citado pelos especialistas é demográfico, reflexo do envelhecimento geral da população brasileira. Dados tabulados pelo IBGE mostram que, nos últimos 10 anos até 2011, a fatia dos aposentados com mais de 60 anos subiu de 71% para 78%. Em geral, quem se aposenta mais velho tem menos disposição de permanecer no mercado e também menores possibilidades de encontrar um novo emprego. É uma regra que vale para a maioria, embora não se aplique aos profissionais mais qualificados.

    “A idade é um fator muito importante na decisão de voltar ao mercado de trabalho, influencia muito”, destaca Luís Eduardo Afonso, professor do Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

    Participação de idosos na força de trabalho cai a cada ano, diz pesquisa

    O professor de Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em Previdência Mario Rodarte analisou o trabalho dos aposentados em cinco grandes regiões metropolitanas, com base na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Dieese: “Concluí que a taxa de participação deles na força de trabalho vem caindo ano a ano. As evidências sugerem que o perfil muito conhecido do indivíduo da terceira idade, que acumula renda do trabalho e aposentadoria, tem perdido representação. Por outro lado, têm aumentado os casos de idosos ativos sem aposentadoria e daqueles com aposentadorias, mas inativos”, afirma Rodarte, chamando a atenção para os ganhos reais do salário-mínimo como mais um importante fator de contribuição para as mudanças.

    Não é que os aposentados tenham deixado de ganhar pouco: metade dos 16 milhões pagos pelo INSS em 2011 ganhava o mínimo, e 66% do total recebiam até dois mínimos. Mas nos 10 anos anteriores, o salário-mínimo aumentou 53,4% acima da inflação. Ao mesmo tempo, o rendimento dos trabalhadores subiu 23,75%, e o ganho dos aposentados, 16%. Em média, eles recebiam R$ 1.058,00 naquele ano contra R$ 1.240,00 dos trabalhadores ativos.

    Dona de um benefício um pouco acima dessa faixa, a servidora municipal Dilene Torto, de 57 anos, conta que até chegou a pensar em procurar outro emprego quando se aposentou, no ano passado, mas acabou desistindo. “Não senti a necessidade de voltar. Apesar de a minha renda ser pequena, ela é suficiente para que eu tenha meu carro, possa passear, aproveitar os netos e escrever um livro”, diz.

    Decisão diferente tomou o chefe de máquinas de navio da Marinha Mercante Luiz Carlos de Souza, de 65 anos, quando se aposentou. Foi há 20 anos, e ele tinha 45 de idade. “Continuo trabalhando até hoje para manter minha renda. Dos 10 salários-mínimos que recebia naquela época, hoje restam só R$ 1.600,00.”

    Do serviço público, sobretudo o federal, vem outra explicação para o menor retorno dos aposentados ao mercado. Quem chama atenção é Kaizô Beltrão, especialista em Previdência e Demografia da Fundação Getulio Vargas (FGV), que colocou uma lupa sobre gastos da União com a gratificação de permanência, criada para estimular o adiamento de aposentadoria. Quem atinge o tempo e a idade para se aposentar, mas não faz isso, fica livre dos 11% de contribuição para a Previdência que, no setor público, incidem sobre o valor total do salário.

    Quando foi criada, em 2004, o governo gastou R$ 132 milhões com a gratificação. Desde então, o valor só aumentou e, no ano passado, consumiu quase R$ 1 bilhão. O Ministério do Orçamento e Gestão informa que hoje já são 95 mil beneficiados. “É uma quantidade muito grande de servidores adiando a aposentadoria. E os servidores estão entre os trabalhadores que mais voltam ao mercado após se aposentar, em geral para a iniciativa privada”, diz Beltrão. “A gratificação foi uma decisão inteligente, pois evita contratar um novo funcionário e ainda adia o pagamento da aposentadoria.”

    Maioria das mulheres opta por não continuar na ativa


    Nos últimos 10 anos até 2011, trabalhadoras passaram a ser metade dos aposentados do País.
    ANTONIO PAZ/JC
    As mulheres também estão ajudando a reduzir o percentual de aposentados que voltam ao trabalho. Nos últimos 10 anos até 2011, elas passaram a ser metade dos aposentados do País e puseram fim à supremacia masculina. Em 2002, os homens eram 54% do total, numa conta que exclui os segurados da Previdência que recebem apenas pensão. “Havia menos aposentadas. E elas têm uma propensão menor de voltar ao mercado de trabalho”, diz Kaizô Beltrão, da FGV.

    Os números do IBGE confirmam. Em 2002, para cada aposentada que voltava ao mercado, havia praticamente dois homens fazendo o mesmo. A tendência se manteve. Em 2011, 63% dos aposentados economicamente ativos eram homens e 37%, mulheres. E, quando voltam, elas também ficam menos tempo. Estudo da pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Ipea, relativo ao ano de 2010, mostra que, dos aposentados por tempo de contribuição que retomam as atividades, os homens ficam mais 7,3 anos, e as mulheres, 5,4 anos. Segundo ela, é hora de repensar o direito de a mulheres se aposentarem cinco anos antes dos homens, já que vivem mais, em média, oito anos mais que eles.

    “Essa legislação foi feita para compensar a mulher pela dupla jornada e pelo desgaste com os muitos filhos. Mas a realidade mudou, muitas não casam, não têm ou têm poucos filhos. E os maridos já dividem mais as tarefas domésticas. Não estamos propondo igualar, mas rever a diferença.”

    Em artigo recente, Rogério Nagamine, diretor do Ministério da Previdência, afirma que o fator previdenciário, criado em 1999, “tem se mostrado ineficaz para postergar as aposentadorias, servindo apenas para reduzir o valor dos benefícios”. O Ministério informou que as perdas variam caso a caso, mas fez duas simulações: um homem que se aposente aos 55 anos de idade e tenha 35 anos de contribuição terá redução de 28,4% no benefício. Já uma mulher de 52 anos e 30 de contribuição perderá 35,8%.

    “As pessoas escolheram continuar se aposentando na idade em que se aposentariam antes e garantir uma renda. Se continuam trabalhando, é em outro emprego, e mais à frente recorrem à Justiça para pedir a desaposentadoria”, explica Luís Eduardo Afonso, da USP.

    Pensionistas podem ter acesso à desaposentadoria 

    Quem possui uma pensão gerada pela aposentadoria de segurado que continuou trabalhando também pode ser beneficiado com a troca de aposentadoria, aprovada no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Segundo o advogado Daisson Portanova, a viúva pode pedir a renúncia da primeira aposentadoria e solicitar o recálculo com as novas contribuições até 2012. Com isso o valor da pensão será maior. “Por exemplo, no caso de uma pensão gerada pelo benefício de um trabalhador que se aposentou em 2005 e que continuou trabalhando até morrer, em 2012, ela também pode ser revisada”, diz Portanova.

    O advogado aconselha também que o segurado entre na Justiça assim que possível, pois, se concedido futuramente, o benefício vai ser retroativo à data do pedido. Pelas regras atuais, o aposentado que trabalha precisa pagar as contribuições ao INSS normalmente. O valor não é devolvido quando o segurado deixa o trabalho nem pode ser somado à aposentadoria que já é paga pelo INSS. Ele também não tinha direito a outros benefícios, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional em caso de doença ou acidente de trabalho.

    Com a troca do benefício, o aposentado poderá incluir as contribuições pagas após a primeira aposentadoria no cálculo do novo benefício, além de fazer o pedido com mais idade, o que reduz o impacto do fator previdenciário. O tema ainda precisa passar por julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal), que analisa outro processo. O Senado também tem um projeto de lei sobre a troca da aposentadoria.

    O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, garantiu que a pasta mantém diálogo com o poder Judiciário em questões polêmicas como a desaposentadoria. “Nós estamos sempre em contato com o Supremo (Tribunal Federal - STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para mostrar o impacto financeiro desses pleitos em tramitação na Justiça”, afirmou. Garibaldi não quis comentar sobre a possibilidade de o novo ministro do STF Luís Roberto Barroso julgar o caso. Garibaldi afirmou ainda que busca o diálogo com todos os setores judiciais e “não apenas com o Barroso”.

    O secretário executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, afirmou que quem organiza a discussão com entre Previdência e poder Judiciário é o ministro Luís Inácio Adams, da Advogacia-Geral da União (AGU). “Tenho absoluta convicção de que ele vai fazer esse papel de conversar, explicar e esclarecer o que está envolvido”, afirmou, referindo-se também à questão do julgamento de Barroso no caso da desaposentadoria. “Eu não conheço o Barroso”, completou.

    Atualmente, tramitam na Corte recursos que tratam da possibilidade de o aposentado que volta a trabalhar atualizar o valor do benefício acrescentando os anos de contribuição à nova função. Barroso foi nomeado recentemente como ministro do STF. Ele foi indicado pela presidente Dilma Rousseff e assume a vaga aberta na Corte com a aposentadoia do ministro Ayres Britto. A previsão é que de a posse dele no Supremo ocorra no dia 26 deste mês.

    Outra novidade diz respeito à aposentadoria de pessoas com deficiência, com novas regras publicadas no Diário Oficial da União, depois de a lei ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff. A norma reduz o tempo de contribuição e a idade para a concessão de aposentadoria, dependendo do grau de deficiência do segurado do INSS.

    Agora, o Executivo terá seis meses para regulamentar a lei, inclusive para estabelecer os parâmetros de diagnóstico dos graus de deficiência que serão usados para a concessão da aposentadoria. A lei se aplica apenas aos contribuintes do INSS. Segundo a nova regra, no caso de segurado do INSS com deficiência grave, a aposentadoria será concedida após 25 anos de tempo de contribuição para homens e 20 anos para mulheres. No caso de deficiência considerada moderada, o tempo de contribuição passa para 29 anos para homens e 24 anos para mulheres.

    Quando a deficiência for leve, o tempo de contribuição para a concessão da aposentadoria é de 33 anos para homens e 28 anos para mulheres. A lei define ainda que, independentemente do grau de deficiência, homens poderão se aposentar aos 60 anos e, mulheres, aos 55 anos de idade, desde que cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 anos e comprovada a existência de deficiência durante igual período. Para todos os trabalhadores que não têm deficiência, o tempo mínimo de contribuição é de pelo menos 35 anos para homens e de 30 anos para mulheres.

    FONTE: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=126778

    sábado, 15 de junho de 2013

    Garantia da aposentadoria rural deve incentivar agroindústrias

    Agricultores poderão ter acesso aos recursos para a formalização do negócio sem perder condição de segurados especiais

    Uma medida em relação ao Plano Safra da Agricultura Familiar, lançado pelo Governo Federal na última semana, está sendo particularmente comemorada em Venâncio Aires. O texto garante que, a partir da safra 2013/2014, os agricultores familiares poderão acessar recursos para formalização da agroindústria e projetos de turismo rural sem perder a condição de segurados especiais. A Administração Municipal acredita que a medida irá estimular a agroindustrialização e a formalização das agroindústrias já existentes.
    A perda do benefício  da aposentadoria rural sempre foi um entrave para os empreendedores do campo. Apostar em uma pequena empresa e perder um benefício garantido de aposentadoria era alternativa não muito bem-vinda aos agricultores. Apesar disso, Venâncio Aires já era destaque no Rio Grande do Sul pelo número de agroindústrias, 35 no total. Com a nova regra, a expectativa é que novos empreendimentos sejam formalizados nos próximos meses.
    Conforme o secretário municipal de Agricultura, Fernando Heissler, atualmente o município possui agroindústrias de peixes, mel, embutidos, pães, bolachas, massas, brotos de alfafa, entre outras. Com a nova regra, pequenas empresas, especialmente de descascador e beneficiamento de aipim devem surgir. “A medida é extremamente importante, pois garante segurança ao produtor que apostar na diversificação. São dezenas de exemplos de produtores familiares que podem incrementar sua renda através da agroindústria. Acreditamos que esse será um passo fundamental”, destaca.


    fonte: Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Venâncio Aires

    Tesouro ou previdência; o que é melhor para a aposentadoria?

    Editado por Priscila Yazbek, de 

    Moedas de real - dinheiro
    Para especialista, o investimento no Tesouro Direto é mais vantajoso porque custos são menores
    Dúvida do internauta: Tenho 22 anos, sou estagiária e ganho cerca de 1.300 reais por mês, estou em dúvida se começo a aplicar em um plano de previdência ou se junto algum dinheiro para comprar títulos do Tesouro Direto, pois tenho pensado seriamente no meu futuro. Meu noivo é funcionário público, o que nos garante uma certa segurança, mas, como planejamos casar e ter filhos, acho importante eu ter algum dinheiro para o futuro, mesmo que a maior parte dos gastos que teremos fique com ele. Ele diz que devo esperar para pensar em previdência, mas como ganho bem menos que ele acho que deveria começar logo justamente por isso. Qual investimento é o mais aconselhável no momento? 
    Resposta de Fernando Meibak*:
    Parabéns pela consciência de se preocupar com o futuro logo cedo, coisa rara de se observar.
    A melhor indicação para você é o Tesouro Direto. O plano de previdência privada tem uma grande desvantagem, que é o custo. No geral, esses planos têm taxas elevadas, superiores a 1% ao ano. E alguns ainda cobram taxa de carregamento, que incide a cada depósito feito.
    Sugiro que você faça o cadastro em uma instituição financeira que opera o sistema Tesouro Direto. Pesquise no site do Tesouro Direto o ranking das taxas cobradas pelas instituições, algumas delas não cobram taxas. 
    Compre mensalmente títulos indexados à variação do IPCA, as Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-B). Gosto das chamadas Principal, que acumulam rendimento, não fazem pagamentos de juros semestrais. Escolha os títulos de longo prazo, com vencimento depois de 2030.
    Além do Tesouro ser mais barato, é um extraordinário momento para compra porque a taxa Selic subiu e os rendimentos acima do IPCA estão altos, algumas NTN-Bs estão pagando juros acima de 5% ao ano.
    *Fernando Meibak é sócio da consultoria Moneyplan, ex-diretor de gestão de investimentos do ABN-Amro Real e HSBC Brasil e autor do livro “O Futuro Irá Chegar! Você Está Preparado Financeiramente para Viver até os 90 ou 100 Anos?”

    Justiça barra pedido do INSS para adiar troca de benefício

    Instituto solicitou que juízes esperassem a decisão do Supremo para só então pagar a aposentadoria maior para segurada
    A Justiça Federal impôs sucessivas derrotas ao INSS, que tentou barrar, sem sucesso, a troca de aposentadoria de um segurado.
    O instituto argumentou que os juízes deveriam esperar o julgamento do tema pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que ainda não tem data para ocorrer.
    O pedido, porém, foi rejeitado.
    Da primeira instância, em Joinville (Santa Catarina), até o STJ (Superior Tribunal de Justiça), que finalizou o processo, o instituto não teve sucesso em seus recursos e perdeu a ação para um segurado que, depois de se aposentar, ficou mais 12 anos na ativa.
    Na Justiça, ele garantiu a troca de benefício.
    O trabalhador conseguiu uma nova aposentadoria, mais vantajosa, elevando seu benefício de R$ 1.800 para R$ 3.100.
    A nova aposentadoria começará a ser paga no mês que vem.
    Ele também terá os atrasados desde 2011, quando entrou com a ação.

    Fonte: Agorasãopaulo.com.br

    Aposentado especial da região ganha 45,5% a mais que média

    Soraia Abreu Pedrozo
    do Diário do Grande ABC
    O rendimento dos aposentados especiais do Grande ABC está, hoje, em torno de R$ 2.042. A quantia supera em 45,5% a média dos benefícios pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) a segurados das sete cidades, de R$ 1.403. Geralmente o valor da especial, concedida a profissionais que trabalham em condições insalubres, de risco ou penosas, é maior pelo fato de permitir a aposentadoria integral, com base em 100% do salário de contribuição limitado ao teto – atualmente em R$ 4.159. Em outras palavras, se ao dar entrada no benefício o empregado tinha salário bruto, sobre o qual incidia o INSS, de R$ 2.000, este será o montante a receber.
    Apesar de a região ser essencialmente industrial, com centenas de fábricas que expõem os trabalhadores a condições insalubres, como metalúrgicas e químicas, apenas 6,1% ou 17.752 dos aposentados da região (261.170) são especiais.
    Um dos motivos é que, desde 1995, com a extinção da lista de profissões, quando era preciso apenas apresentar a carteira de trabalho para ter direito ao benefício, muitos não conseguiram comprovar que durante toda a vida profissional o trabalho era prejudicial. Começou a ser exigido laudo que comprovasse o período em que, de fato, houve a insalubridade. Não bastava apenas ocupar função de risco. Sendo assim, muita gente converteu períodos especiais em comuns e se aposentou por tempo de contribuição.
    O presidente da AMA (Associação dos Metalúrgicos Aposentados) do Grande ABC, Wilson Roberto Ribeiro, também destaca que as companhias não colaboram. “Muitos trabalhadores que estão expostos a riscos e a danos à saúde se machucam ao longo da vida profissional e não conseguem mais desempenhar a função. Em vez de a empresa remanejá-los para outra área que não exija esforço físico, por exemplo, ela faz pressão psicológica para que se aposentem por invalidez. Sendo assim, quase ninguém consegue cumprir os anos exigidos”, afirma. Para quem atua com exposição a ruído, calor ou a produto químico ou biológico, são necessários 25 anos de contribuição.
    RENDA MENOR - Os aposentados por invalidez no Grande ABC somam 40.487, o equivalente a 15,5% do total. O valor do benefício, por outro lado, é 26,9% menor do que a média, com R$ 1.105. Isso porque neste caso também são considerados 100% do salário de contribuição.
    Na avaliação do advogado previdenciário Jairo Guimarães, do escritório Leite e Guimarães, o rendimento menor se deve ao fato de muitos se aposentarem ainda jovens, no início da carreira, quando a renda é mais baixa. “Além disso, as atividades de risco incluem trabalho braçal, oferecido por empresas menos estruturadas e que, portanto, remunera salários menores. Já a aposentadoria especial paga mais porque o profissional está no topo da carreira ao pedir o benefício.”

    sexta-feira, 14 de junho de 2013

    Medida Provisória amplia direitos dos segurados especiais e das mães adotantes

    Já está valendo a Medida Provisória nº 619, que altera trechos das leis previdenciárias nº 8.212 e nº 8.213 – ambas de 1991.  A nova legislação amplia o conceito de segurado especial, no que diz respeito aos trabalhadores rurais, e assegura o salário-maternidade por 120 dias às seguradas da Previdência que adotarem criança, independentemente da idade.
     A MP permite que os segurados especiais tenham registro como pessoa jurídica (CNPJ), sem perder a qualidade de segurado especial. O objetivo é estimular a formalização dessas pessoas. Até então, pelas leis previdenciárias, agricultores familiares e outros beneficiários da Lei da Agricultura Familiar poderiam desenvolver atividades agroindustriais, de turismo rural e artesanato, sem sua descaracterização como segurados especiais.
     No entanto, para a formalização nessas iniciativas, na maioria das vezes, é exigida a criação de uma pessoa jurídica – seja por regulamentos sanitários ou questões fiscais e tributárias. Isso enquadrava os segurados em outra categoria da Previdência Social, a de contribuinte individual (pequeno empresário), o que levava a consequente perda da qualidade de segurado especial. O resultado é que a maioria desses segurados continuava desenvolvendo as atividades, mas de maneira informal.
     Mãe adotantes – Para acabar com essa lacuna, a MP alterou as leis 8.212 e 8.213, garantindo que a participação do segurado especial em sociedade empresária, em sociedade simples, como empresário individual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, considerada microempresa, não o exclui dessa categoria previdenciária, desde que, mantido o exercício da sua atividade rural, a pessoa jurídica componha-se apenas de segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo município ou em município limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades.
     Outra mudança na lei previdenciária estendeu, às mães adotantes, o direito a 120 dias de salário-maternidade, independentemente da idade da criança adotada. Antes, esse benefício poderia variar entre 30 e 120 dias, dependendo da idade do adotado. Vale ressaltar que, desde 2012, por força de Ação Civil Pública, o Instituto Nacional do Seguro Social já concedia os 120 dias às mães adotantes, em todo o território nacional

    Pagamento do INSS de maio de contribuintes individuais, facultativos e empregadores domésticos vence dia 17

    O pagamento da contribuição previdenciária, referente ao mês de maio, de contribuintes individuais, facultativos e empregadores domésticos deve ser realizado até a próxima segunda-feira (17). A partir desta data, as contribuições atrasadas são cobradas com multa diária de 0,33%, regida pela taxa Selic mensal.
    O cidadão deve ficar atento às alíquotas de contribuição. Assim, quem recolhe sobre o salário mínimo, deve ter como referência o mínimo atual (R$ 678) pagando R$ 135,60 referentes à alíquota de 20%. No caso dos empregados domésticos, 12% se referem à contribuição do empregador e 8% à do trabalhador. Para os contribuintes que optaram pelo plano simplificado de contribuição previdenciária, a alíquota é de 11% sobre o salário mínimo, o que significa uma contribuição de R$ 74,58.
    Aqueles que recolhem acima do mínimo também devem levar em conta as faixas de contribuição. Os percentuais são de 8% para os que ganham até R$1.247,70; de 9% para quem ganha entre R$ 1.247,71 e R$ 2.079,50; e de 11% para os que ganham entre R$ 2.079,51 e R$ 4.159,00. A alíquota do empregador é sempre de 12% em todas as três faixas.
    O prazo para realizar a contribuição previdenciária de contribuintes individuais, facultativos e empregadores domésticos vence, geralmente, no dia 15 de cada mês, como neste mês a data caiu no final de semana foi  transferida para a segunda (17),  o primeiro dia útil subsequente.
    Alíquota de 5% – As donas de casa de famílias de baixa renda (ou donos de casa) e o empreendedor individual que contribuem com a alíquota de 5% sobre o salário mínimo recolhem R$ 33,90. O prazo para o recolhimento da contribuição das donas de casa também vence na segunda (17). Já o prazo para o recolhimento das contribuições do empreendedor individual vence na próxima quinta-feira (20). (Ligia Borges).

    Com 70% da renda atual dá para manter padrão de vida na velhice


    Soraia Abreu Pedrozo
    Do Diário do Grande ABC
    Ao pensar em aposentadoria o que vem à cabeça, imediatamente, é a imagem de sombra e água fresca, tempo para fazer tudo o que sempre teve vontade e, enfim, qualidade de vida? Caso a resposta seja sim, é preciso, hoje, abrir mão de alguns caprichos consumistas para juntar dinheiro e complementar a aposentadoria paga pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
     
    Segundo a especialista em seguro de vida e previdência privada Maísa Serra, da corretora Vida Livre Seguros, para manter o padrão de vida ao ‘pendurar as chuteiras’, é preciso assegurar renda equivalente a pelo menos 70% do salário que recebe na ativa. Por exemplo, quem ganha R$ 5.000 por mês tem que garantir renda de pelo menos R$ 3.500.
     
    “Apesar dos gastos maiores com medicamentos e plano de saúde, o aposentado desembolsa menos com roupas e alimentação fora de casa, não tem despesas com deslocamento para o trabalho, já quitou seus patrimônios, como imóvel e veículo, e já criou seus filhos, ou seja, não tem mais gastos com Educação”, justifica. “Se não conseguir garantir pelo menos 70%, o idoso não consegue viver com dignidade e passa a depender da ajuda de parentes.”
     
    A necessidade de reforçar o benefício do INSS se dá por conta do valor máximo pago pela Previdência Social, hoje de R$ 4.159. Quem ganha R$ 4.000 ou R$ 40 mil, portanto, contribui com a mesma quantia mensal, de R$ 457, e consegue receber até o teto.
     
    Para se ter ideia do quão difícil é se aposentar com essa quantia, devido ao fator previdenciário (que leva em conta tempo de contribuição, idade e expectativa de vida), a média dos valores pagos no Grande ABC é de R$ 1.403.
     
    “Hoje é comum viver até os 95 anos, embora a expectativa de vida esteja em 73 anos. Nos anos 1950, porém, as pessoas viviam até os 50 anos. Como o tempo sem trabalhar aumentou muito é preciso juntar mais dinheiro”, diz Maísa.
     
    ENTRAVE - Conforme pesquisa da Serasa Experian realizada com 2.002 pessoas em 142 cidades, 69% dos brasileiros não poupam.
     
    Segundo o levantamento, 35% sentem mais prazer em gastar imediatamente do que em juntar dinheiro e 30% confessam comprar por impulso. Alguns fatores que contribuem para afastar o consumidor dos investimentos é a falta de conhecimento sobre as vantagens financeiras gerada pela ausência da disseminação da educação financeira no País. “A sociedade está preocupada com o consumo imediato, com a TV de última geração ou o celular que nem sabe usar direito. As pessoas não se preparam para cuidar da aposentadoria, deixando para pensar no futuro depois”, diz a especialista.
     
    QUANTO POUPAR - O ideal, segundo ela, é que quem tem até 30 anos separe ao menos 5% do salário líquido (descontando INSS e Imposto de Renda). De 30 a 40 anos, 7%. De 40 a 45 anos, 10% e, acima de 45 anos, 15%. No caso de uma pessoa que tem entre 30 e 40 anos e que tenha salário líquido de R$ 4.000, são necessários R$ 280 por mês. É preciso, no entanto, fazer contas junto à instituição financeira que fará o investimento para simular quanto é preciso guardar.
     
    Para o professor da escola de Economia da FGV (Fundação Getulio Vargas) Samy Dana, o ideal é que sejam investidos 30% do salário. “Tudo depende do padrão de vida que se quer ter. Porém, nem sempre essa quantidade é possível, depende se a pessoa já tem filhos, se está pagando a faculdade ou a prestação da casa. O mínimo recomendado é 10% do rendimento.”
     
    O planejador financeiro e professor de macroeconomia da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) Silvio Paixão alerta que não adianta, com 59 anos, resolver complementar a aposentadoria que será obtida aos 60 anos. É preciso mais tempo para juntar dinheiro. “Acredito que todos deveriam ter suas reservas desde o nascimento, porém, quase nunca é assim. Acho que o período limite para começar a poupar é até dez anos antes da data em que o trabalhador pretende se aposentar.”