terça-feira, 27 de novembro de 2012

O bem-estar na aposentadoria

Chegar à aposentadoria é algo que, em geral, parece desejável por todos, porém na prática, para alguns pode ser frustrante, uma vez que o trabalho representa a principal atividade do homem. Ele conduz e integra sua identidade.

A aposentadoria é uma mudança que representa a ruptura com o papel profissional, implica redução de renda, sensação de ociosidade e de perda de importância social, o que pode abalar profundamente a autoestima e, consequentemente, desencadear alguma doença.

Infelizmente, na atual sociedade, os aposentados fazem parte de um segmento desvalorizado da população, vista por muitos como improdutivo e oneroso para o Estado.

É por isso a importância de se ter um projeto para esse momento. Seja um trabalho formal ou uma atividade voluntária, não importa qual seja, contanto que não se promova a ruptura à vida participativa.

Assim, a aposentadoria pode se apresentar como um momento de reconstrução de novos investimentos, novas práticas de vida e novas descobertas para que o aposentado se sinta valorizado dentro do contexto social.

Deve-se, portanto, adotar estratégias para romper essas amarras que dificultam viver uma aposentadoria tranquila e transformadora, o que depende da ação de cada um, em procurar descobrir aquilo que lhe é prazeroso.

Algumas ações podem contribuir para o enfrentamento da aposentadoria como um benefício pessoal - um privilégio por tê-la alcançado -, e não como um processo de perdas:

• Compreender que o sentimento de menos-valia não é uma responsabilidade da pessoa que está se aposentando, mas uma questão social.

• Diversificar e ampliar as relações sociais, sobretudo fora do âmbito do trabalho, como clubes, associações, atividades religiosas, grupos de viagens, de práticas esportivas, de lazer, de cultura, de voluntariado, etc.

• Promover a continuação de estudos: iniciar um novo curso, outros idiomas, cursos variados, desde que se mantenha o cérebro ativo.

• Dedicar-se a outros projetos, ou outra atividade que possa até complementar a renda, mas que acima de tudo seja prazerosa.

• Cultivar um hobby, uma prática esportiva, uma meditação, um tempo com a família, enfim procurar a alternativa que mais se encaixa ao seu perfil.

A aposentadoria é um segundo tempo de vida, pode ser o mais belo, pois é o coroamento de tudo o que se aprendeu e viveu nas etapas anteriores.

É preciso preencher o tempo com alguma coisa para a sua vida e para a vida dos que estão a sua volta. O foco deve ser a redescoberta de seu mundo interior, dos sonhos ainda não realizados, talentos ainda adormecidos e o prazer com novas ocupações.

Portanto, assim como se prepara para o trabalho, deve-se ao aposentar, preparar-se para novos hábitos de vida. Ocupar-se é a palavra chave.

Qualquer atividade feita com gosto e desvinculada de tensão e cobrança resulta num prazer muito grande, o que melhora o humor, a disposição física e mental, dá a sensação de renovação e, consequentemente, a saúde, o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida do aposentado.

*ANGELA MARIA MACIEL BARROS é fiscal de tributos aposentada e diretora de aposentados e pensionistas do Sindicato dos Fiscais de Tributos Estaduais de Mato Grosso 

Fonte: http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=421914