Renato Follador
A pesquisa “Idosos no Brasil”, da Data Popular, mostra que 39,1% dos aposentados entre 60 e 69 anos continuam trabalhando. Quase metade deles.
Digo sempre que a aposentadoria no Brasil é de mentira. Está aí a prova.
Aposentam-se no INSS na primeira oportunidade, em média aos 54 anos, por tempo de contribuição, mas não com a intenção de parar e sim de conseguir uma segunda remuneração. Acumulam salário do emprego e aposentadoria, embora baixa nessa idade, em razão do fator previdenciário.
A armadilha é que a pessoa passa a ter um padrão de vida melhor e acha que isso vai ser para sempre. Quando lá na frente- aos 65 anos, por exemplo- pensar em parar definitivamente, vai perder o salário e ter que viver só da minguada aposentadoria. Ou seja, não para.
Olha, a previdência é cara para o governo, que aposenta muita gente cedo, e ruim para o aposentado que recebe um provento baixo.
Só há uma alternativa de melhora: aposentadoria mais tarde. Obrigada ou estimulada.
Obrigada, adotando-se uma idade mínima, a ser aumentada sempre. Estimulada, isentando-se de contribuição ao INSS quem cumprir o tempo de contribuição mínimo e continuar trabalhando. Isso daria um aumento real de 11% no salário e a garantia de uma aposentadoria gorda lá na frente, aos 65 anos, pela fórmula do fator previdenciário.
A estimulada é minha proposta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário